Erik Silva é graduando em Letras Língua Portuguesa pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Foto: Reprodução
Como acontece em muitas regiões do nosso imenso país, muitas famílias brasileiras não conseguem visualizar os efeitos produzidos pela aquisição do conhecimento dentro de uma sociedade; seja por pura ignorância de seus membros, seja por um costume retrógrado, passado de gerações a gerações.
Muitos fatores contribuem para a disseminação desse problema, como por exemplo a inexistência no seio familiar da vontade de ensinar, a falta de condições financeiras que custeiem os estudos ou até mesmo a insuficiência de políticas governamentais adequadas que consigam incentivar a implantação do aprendizado em todas as regiões do país.
No entanto, as maiores vítimas deste triste retrocesso são as crianças que vivem nas áreas rurais, mais especificamente as mulheres, que ainda hoje, encontram-se como coadjuvantes no cenário atual, servindo muitas vezes como meras procriadoras.
O saber é algo libertador, que serve como ferramenta para que as crianças se tornem adultas mais responsáveis e capazes de tomarem as suas próprias decisões, deixando para trás a máxima do “nascer, crescer, reproduzir e morrer”.
O direito à educação, consagrado constitucionalmente, deve ser oferecido a todos os cidadãos brasileiros, que poderão usufruí-lo de forma igualitária, sem distinção de cor, raça, religião ou fator econômico. Mas o que se observa em todas as regiões do país é uma segregação educacional, onde quem tem as melhores condições consegue dispor dos melhores meios educacionais, como por exemplo, melhor estrutura física, melhores professores e acesso às melhores universidades; sendo que, do lado oposto dessas regalias estão aqueles que dependem da boa vontade por parte dos governantes que foram eleitos com o objetivo de diminuir essa desigualdade educacional.
A evasão escolar, que antes era uma moléstia que atacava principalmente a zona rural, principalmente as regiões mais pobres, hoje vem se alastrando por todo o país, sendo ocasionada por inúmeros motivos: falta de políticas educacionais eficientes, mau gerenciamento das verbas educacionais e, principalmente, pela generalização da pobreza, fazendo com que muitos jovens tenham que largar os estudos para ajudar na manutenção familiar.
Outro fator de contribuição para a má formação educacional é a falta de incentivo aos alunos por parte dos professores; pois alguns já perderam a vontade de ensinar, o gosto pela transmissão do conhecimento, inviabilizando o querer saber.
Devemos ter em mente que o aprendizado é algo superior a todos, é um dom que se transmite de geração a geração, fazendo com que cada membro de uma sociedade consiga deixar o seu legado para as futuras gerações e dessa maneira consiga contribuir para que o conhecimento chegue a todos os lugares e à todas as pessoas, independentemente do status social de cada um. Por isso, dizemos que o saber é libertador.